TRIBUTO À SÍTIO ADORADA
Quando inventaram o Brasil, teu território
assim surgiu
Nele já habitavam os índios Muongurus e
Cariacás
Descendentes dos Tupinambás.
Por catequistas e bandeirantes foste
desbravada
Com a captura de índios e a criação de boiada
Por discordância política e religiosa foste
até incendiada
Mas o Papa da época intercedeu ao Reino
português
Que obrigou D’Ávilas a reconstruir a Vila
outra vez.
Muitos anos à frente, nessa terra de gente
valente
Se destaca por seus tantos Coronéis: Antônio
Lourenço, Jesuíno,
João Gonçalves de Sá e o Barão de Jeremoabo
da Fazenda Caritá
Homens fortes do Nordeste, “eita cabras da
peste”!
De sesmaria à freguesia, de freguesia a
julgado,
De julgado à cidade, em 1925 raiava
Jeremoabo.
Ô Sítio do Quinto, quando nem sonhavas em
nascer
Com outro nome, tuas terras, vinham na
história aparecer
Te chamaste São João Batista de Jeremoabo do
Sertão de Cima, “óia minina”!
Depois Vila de São João Batista de Jeremoabo,
mais um legado!
Por fim, apenas Jeremoabo, que na língua
indígena quer dizer
Plantação de jerimum, dando gosto a qualquer
um!
Fazendo justiça a essa planta rameira, e como
boa parideira,
Formou a região inteira
Na sua missão maternal, com divisão
territorial, seus novos filhos produz:
Santa Brígida, Coronel João Sá, Pedro
Alexandre e a Sítio do Quinto deu a luz!
Sítio do Quinto seu filho caçula, a última
divisão inaugura, agora segue emancipado, mas, com um respeito danado à grande
mãe Jeremoabo
E como toda mãe que se preze, estende às mãos
ao céu e pede:
- Quinto, Deus te abençoe e acompanhe
E ele responde: “bença” minha mãe?!
De agora em diante, Sítio do Quinto é o
próprio falante de sua história marcante
Um escravo fugido da senzala do Caritá,
veio na região do Sítio velho se abrigar
tendo a escravidão como um regime extinto
o negro sobreviveu por instinto
Seu nome era “Velho Quinto”!
Para vender gás, milho e farinha,
Em seu Sítio, Quinto abriu uma vendinha
Os moradores da região compravam tudo que lá
tinha
Assim nasceu o povoado, “eita” Quinto arretado!
Sítio do Quinto, bela e jovem cidade baiana
tua raiz não engana
É negra, é indígena, é fidalga portuguesa
Mistura de muitos sofrimentos e lutas com
certeza
Porém, teu berço negro, pela liberdade foi
guiado
Não descendes de um povo escravo!
Mas, de um povo que foi escravizado!
Neste dia especial, completas 27 anos de
cidade
Nos convide a celebrar contigo a tua mocidade
Junto a teu aniversário à devoção ao
trezenário
Nos enche os olhos d’água por ver tamanha fé
No seu Padroeiro Santo Antônio de Pádua.
Assim encerro esse tributo de amor
Em reconhecimento ao teu valor
Minha terra por escolha, meu lugar de
experiências
Meu celeiro de conquistas, meu jardim de
vivências
Muitos amigos me doou, os quais prezo com
fervor
Não nasci do teu ventre, mas como filha me
adotou
Em teu seio, por herança, deixo meus filhos
que pra sempre te amarão
Oh abençoada Sítio do Quinto, neste teu
aniversário
Meu presente é a gratidão!
Autora: Núbia Paula Ribeiro Bento, é Professora e
Advogada, Licenciada em Letras; Pós-graduada em Direito Tributário e
Pós-graduanda em Gestão Pública Municipal pela Universidade Federal do Vale do
São Francisco-UNIVASF.
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